segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O folclórico "o rapaz"!

Ontem, no almoço em um restaurante popular aqui em Salvador, ao chegarmos ao estabelecimento, o garçom foi de pronto avisando:

- Não tem lambreta. Acabou. Mas o rapaz saiu para comprar e logo, logo deve estar chegando...

Eu disparei a rir. Sempre achei engraçado essa coisa de "o rapaz". É sempre assim. Você chega na banca da feira, que até parece abandonada, e, ao perguntar quem atende, o vizinho da barraca responde:

- É do rapaz. Ele foi ali, mas já volta...

Isso vale para tudo: fila de táxi, lojas, bares ou funcionários de qualquer lugar, principalmente, se for em serviço público. Já percebeu que a única pessoa que sabe dar a resposta que você precisa é "o rapaz, que saiu e volta já"? Ele nunca está, e nunca chega...

Do mesmo modo, há outras engabelações. Por exemplo, enquanto você espera ansiosa e demoradamente pelo pedido feito ao garçom desde que chegou ao restaurante, responda rápido: o que ele faz após a sua reclamação?

Se você é alguém que presta atenção, vai acertar: ele traz os pratos e os talheres!

Confesso que há um tempo atrás eu ficava consternada. Contudo, ultimamente, tenho achado graça! E, então, comecei a rotular folcloricamente esses momentos, como numa coleção particular, colocando no baú das piadas que a vida me prega.

Há diversas figuras folclóricas como "o rapaz", assim como velhas respostas prontas, dotadas de uma psicologia rasa para aplainar as ansiedades da clientela. Não há quem nunca ouviu o velho e bom:

- De ter, até tinha... Mas acabou!

Então, aproveitando que estamos em agosto, o mês do folclore, que tal dividirmos aqui os nossos báus de momentos folclóricos?

Só para constar, é claro que após algumas horas depois eu perguntei pelas lambretas. E o garçom me disse:

- A uma altura dessa, acho que o rapaz não achou para comprar...


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