segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Posso ajudar?


Fim de ano é época de gastar o décimo. Tá, eu sei que todo mundo tem dívida pra acertar, mas sempre sobra aquelezinho para uma comprinha...

Pois bem, estava eu rodando pelo shopping com meus pais, que tinham vindo a Salvador, e minha mãe entrou numa loja de bijoux. Resolvi acompanhá-la para dar uma olhada nas "novidades" quando, mal eu estacionei frente a uns colares, uma atendente me abordou:

- Posso ajudar?

Refleti alguns segundos sobre a pergunta e respondi com outra:

- Em quê?

Silêncio. Constrangimento. Temi ter provocado nela alguma crise existencial como vendedora. Mas quem entrou em crise fui eu, que só estava olhando e, ao invés de dizer isso, resolvi mudar o roteiro clichê das vendas. Passaram-se alguns minutos críticos e eu, já mais calma, com a consciência pesada e tentando ser mais simpática, continuei:

- Desculpe te responder com essa indelicadeza; sei que fui um pouco grossa, mas é que... Em quê mesmo você pode me ajudar?

Ela fez uma cara de quem não estava entendendo aquilo tudo. Seria tão simples se eu tivesse dito apenas que só estava olhando. Ela voltaria ao que estava fazendo e pronto! Então, finalizei:

- Pode deixar que, se eu precisar, eu te chamo, tá? Obrigada pela atenção...


É que eu sempre fui encucada com essa coisa de abordagem comercial. Acho que seria bem melhor deixar o cliente livre e estar sempre a postos ao primeiro sinal de solicitação apontado por ele. Mas não. Basta você se posicionar em frente à vitrine ou mesmo observar algum produto, que logo vem um vendedor solícito, risonho e feliz para te ajudar. Ora, ora, quem ajuda somos nós; e quando compramos! No mais, é aquela mentirada toda de que "a roupa caiu superbem", que tudo está "super-na-moda" etc. Dá vontade de dizer: "And the Oscar goes to... vendedor Fulano!"

Birras minhas à parte, acabamos sendo simpáticas uma com a outra, trocamos alguns comentários, demos risadas e, no final, eu - que só estava olhando - levei um colar, um broche e uma bolsa caríssima. A gente reclama, mas abre o bolso! Ô, consumo sem jeito...


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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Então é Natal...

Para a população de lojistas e comerciantes, por exemplo, significa Papai Noel, festas, confraternizações, presentes, aumento no faturamento e, ainda, para infelicidade geral da nação de todos os meu eus: significa tocar Simone em todos os toca-discos e alto-falantes!

Não tenho nada contra a excelente cantora, sobretudo porque é minha conterrânea. Inclusive, sei que o álbum “25 de dezembro” também se refere ao seu aniversário e que a música-tema deste post propõe uma reflexão, blá, blá, blá... Todavia, pelamordeDeus, fica aqui o meu protesto: eu não agüento mais! Todo ano é isso.

O mais engraçado é que, comentando com um amigo a respeito dessa minha opinião, eu estava a reclamar que não suportava mais esse CD em todos os lugares, nos mercados, nos corredores, nas padarias e nas milhares de festinhas de confraternização, com amigos secretos e sacanas, aquelas coisas todas... E ontem, no dia seguinte à conversa, ele passou aqui em casa para sairmos e aproveitou para me dar um “presentinho” (na verdade, aproveitou para repassar-me algo que ele ganhou na confraternização da empresa e que se lembrou de mim imediatamente). Adivinhem?


Sim, pessoas, “ganhei” o tal CD.

Respirei fundo e continuei o assunto dizendo que tudo bem, que a gente sempre ouve aquela coisa de “é uma lembrancinha, mas é de coração”; só que não pude resistir e logo perguntei se tinha sido fruto de algum amigo sacana. “Não, pior é que não foi”, respondeu. Então eu disse que o amigo sacana era ele, ora! E caímos juntos nas gargalhadas...

Só que, por fim, eu fiquei a me perguntar sobre o que esse CD tem de tão tão? Por que será que essa época traz essas medíocres repetições? Afinal, Natal diz respeito ao aniversário de Jesus, figura principal da festa, fato mais importante e que poucos anunciam. É óbvio que não ajuda nas vendas, mas a mim, por exemplo, revela-me a possibilidade de mudanças e renascimento a cada ano, com todas as epifanias que me couber.

Sendo assim, não caberia a repetição anual daquela voz, daquelas músicas que são ouvidas mas não são escutadas, e sim, os questionamentos pertinentes aos rituais de passagem e a aberturas de novos desafios pessoais. Eu quero poder renascer, renovar e mudar para melhor. E vocês?


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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Aiko... itada!

Acabei de ler uma notícia que me deixou intrigada. Um programador canadense (com cara de japonês) construiu para si uma esposa robótica: Aiko.

Fala sério. O que não falta no mundo é mulher. Imagine se essa moda pegar!




Segundo a matéria, o cara criou a esposa-robô porque não tinha tempo para relacionamentos. Então, passou dois anos trabalhando na lindinha Aiko, que sente toques, fica irritada, sabe matemática, é bilíngue e reage com um tapa se você agarrá-la a força...

Pois é, amigos, a "mulher" canta, dança, assobia e chupa cana ao mesmo tempo e, melhor ainda: não tem TPM!

Acontece que uma mulher como essa não podia ser perfeita, né? É que ela (ainda) não se dispõe ao leito com o marido...

O que vocês preferem, homens?

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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Salvadortown


Do que você precisa para morar bem? Casa, comida e roupa lavada? Tsc, resposta errada.

Quem anda por Salvador já deve ter percebido centenas de outdoors, panfletos e peças publicitárias em diversas mídias (impressas, radiofônicas ou televisivas) sobre o melhor lugar para se viver. Seja morando, trabalhando, comprando e se divertindo apenas acessando o elevador ou virando a esquina, seja num supercondomínio num novo bairro a ser criado ou seja naquele bairro em que você sempre sonhou. As possibilidades são várias.

Outro dia, por exemplo, recebi um panfleto que trazia nada mais nada menos do que 27 itens compondo um projeto condominial em Alphaville; sem falar no pé-direito duplo no andar térreo ou nos ¾ com suítes reversíveis. Lá estava escrito, para o meu bem-estar, conforto e segurança:

1. portaria;
2. port-cochere;
3. equipamento de ginástica ao ar livre;
4. redário;
5. espaço de meditação com fonte;
6. área externa integrada ao salão de festas;
7. salão de festas e espaço gourmet;
8. salão de festas infantil;
9. brinquedoteca;
10. hall social;
11. playground;
12. praça de leitura;
13. churrasqueira;
14. quadra recreativa;
15. spa/solarium;
16. piscina climatizada com raia de 25m;
17. deck molhado;
18. piscina infantil;
19. espelho d'água;
20. sauna com ducha circular;
21. spa;
22. fitness;
23. sala de massagem;
24. lan house;
25. garage band;
26. praça juvenil;
27. estacionamento para visitantes.

Ufa... cansei! Mas alguém pode me explicar o que é port-cochere? Redário? Existe hall que não é social? Spa/solarium, fitness, lan house, garage band? Avisem aos publicitários que eu falo português!

E você pensa que os estrangeirismos param por aí? A melhor parte está nos nomes dos empreendimentos: “ForestVille”, “AlphaPark Lifestyle”, “GardenVille”, “Mandarim Salvador Shopping”, “Mundo Plaza”, “Le Park”... Haja língua para embolar e french, chinese and american way of life para imitar!

Fico a me perguntar se tudo isso é necessário para ser feliz ou se, de fato, servirá apenas para suprir a falta de tempo dos pais e mães para com os filhos. Quem sabe essa sofisticação nos servirá para garantir a estranheza com os vizinhos ou, ainda, pode (tentar) nos poupar da insegurança dos espaços públicos de verdade, com gente de verdade.

Que vida é essa que não se pode viver, mas se pode comprar? Para onde foram os quintais, a brincadeira de amarelinha, o banheiro dividido e a negociação de canais para ver televisão? Já não há mais espaços para o simples nem para a coletividade.

Então, depois de pensar no que eu preciso para viver bem, decidi que quero fugir para longe daqui. Para Pasárgada. Para ÔmegaVille.



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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

No tempo dos sem tempo.

Chegamos à chamada Era da Informação, onde o homem mudou de sorte, passando a precisar de uma capacidade criadora e pensante, com acúmulo de conhecimentos e informações para o sucesso profissional, em detrimento do suor e das mãos calejadas de outrora... Para tanto, precisa-se de trabalho especializado, habilidades informáticas e aguçada rapidez, tanto de raciocínio como de comunicação, afinal: “time is money, baby”!

Chacrinha já dizia que “quem não se comunica, se trumbica”. E no que tange à comunicação, desde os tempos remotos da escrita e da fala, nossa linguagem é viva, ou seja, a maneira de se comunicar vai modificando para uma melhor adaptação e forma de emitir e receber as mensagens. É em nome disso e, principalmente, da atual velocidade das informações, que vivemos na língua portuguesa o fenômeno do “internetês” – a abreviatura de palavras que todo mundo já conhece e está cansado de saber: vc, tb, pq, blz, flw, kd, fds etc. Os adolescentes fazem isso com maestria, a gente vai entendendo como pode e quem quiser sobreviver é que tem de se adaptar. Ou por acaso Darwin estava errado?

Foi tentando me adequar a essa realidade e dar conta do “internetês”, dos gerundismos, anglicismos e outros ismos cotidianos, que comecei a perceber aqui na Bahia a utilização de um modo íntimo e apelidado para referir artistas e suas bandas musicais, como por exemplo:

– Amiga, e aí? Onde você vai passar o Reveillon? Eu tô pensando em ir pra Morro, porque que vai ter Ivete... Ou então em P.F., com Chiclete e Margarete!
– Pô, 'miga', tipo assim, eu ainda não sei. Acho que em Porto ou Arraial!
– O que vai ter em Arraial?
– Asa e Aviões, minha filha! Vai ser massa...


Além de me divertir, pra variar, cá eu fico, com meus botões, em meu almanaque de pensamentos sobre os porquês dessa quase preguiça de se dizer o nome inteiro das coisas, dos lugares e das pessoas. Será que há mesmo a necessidade de se falar tão rápido o que se está pensando ou querendo dizer? Que tempo é esse que vamos ganhar em nome da agilidade dessa comunicação?

Talvez por isso, como reflexo dessa nova condição humana, sejamos tão ansiosos para resolver as coisas, tão impacientes para esperar na fila do supermercado, tão apressados para atravessar a rua!

Só espero que, de tanto abreviar o tempo e as palavras, não acabemos nos comunicando através de ruídos. Aí, ao invés de evoluir, retornaríamos para a Idade da Pedra Lascada...

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Da série: "Eu mereço!"

AS DESVENTURAS DE UM SER HUMANO NUM ÔNIBUS SUPERLOTADO VOLTANDO PRA CASA DEPOIS DO TRABALHO ou DEUS ME AMA, EU SEI

Meus amigos sabem que sou dependente química de carona. Infelizmente, eu não consigo me libertar. Apesar disso, tenho momentos de abstinência, como ontem, ao voltar do trabalho.

Acabou meu serviço, não rolou carona pra casa e eu fui pegar o buzu. Já não tinha sol, nem poste, nem sombra: só tinha o calor insuportável de Salvador e aquele abafamento pré-chuva que durava o dia todo. Eram quase 18h30 quando finalmente surgiu um “Rodoviária Circular-A” relativamente vazio, já que não tinha lugar para sentar, mas estava confortável ir em pé. Corria tudo normal. Mas só até dois pontos depois.

Dirrepentemente, o ônibus começou a lotar, entrando por volta de quinze pessoas a cada parada. Nessa hora eu só conseguia mexer as pálpebras e tentar pensar positivo:

– Deus me ama, eu sei! Deus me ama, eu sei! Estou de TPM e alguma lição eu devo tirar disso tudo... Por que eu escolhi ficar logo aqui no fundo? Como vou fazer para transpassar 53 pessoas, chegar até a saída e saltar do buzu?

Foi então que me veio a idéia do “jogo do contente”, que aprendi ao ler Pollyanna, quando tinha 9 anos. Revirei os olhos e vi que a senhora do meu lado, além da bolsa, carregava dez sacolas de supermercado! Putz, como será que ela iria atravessar aquele infinito de gente até a saída? Era uma situação pior que a minha, logo devo me contentar...

Olhei mais ao redor e, quase na minha frente, vi que tinham dois amigos discutindo acerca de um livro da capa azul. Tentei enxergar o título, mas não deu. Então, um deles virou o livro e eu pude ler ao menos o capítulo XXX, que dizia: “A MORTE DA MORTE PRATICADA PELA FILOSOFIA”. Pensei que tudo ali era surreal, embora o papo pudesse ser interessante! Mas não pude nem aguçar a escuta, porque o ônibus parou num ponto e entrou umas 14 pessoas. Um cara insistentemente pediu que eu desse licença:

– Licença pra onde, meu senhor? Só se eu pular pela janela! – respondi – E cuidado com minhas pernas, porque elas estão imóveis e grudadas no banc... aaaaiiii!

Era tarde demais. Quase eu fui esmagada e ele ficou ali parado, me apertando, com a mão por cima da minha cabeça e o sovaco estacionado perto no meu nariz.

Outro ponto. Escutamos um “PERAÍ, MOTÔÔÔ!”. Era um rapaz que estava sentado e que precisava saltar. Tivemos que esperar mais dez minutos, até ele vencer a odisséia de sovacos, bundas e outros apertos para conseguir sair.

Enquanto isso, para fugir do desodorante vencido ao lado das minhas narinas, resolvi virar a cara e puxar assunto com as outras vítimas. Devo informar uma outra coisa sobre mim: sou a garota SAC, rainha dos 0800 de reclamações, críticas e sugestões. Portanto, puxei assunto dizendo que deveríamos todos ligar para o CIAC e abrir uma reclamação contra a empresa em razão da superlotação. Era só memorizar o nome da empresa, os números da linha e do carro, a data e o horário do ocorrido. Só assim conseguiríamos talvez uma punição, que não só a nossa diante aquela situação. A única pessoa que concordou e entrou no papo foi a senhora das dez sacolas, óbvio.

Depois de vinte minutos de puro horror, o ônibus foi esvaziando e eu finalmente consegui saltar. Percorrendo o caminho do ponto ao meu prédio, fui andando com ar de louca, pronunciando em voz alta o número da linha e do carro, para não esquecer:

– 0342, 1574... 0342, 1574... 0342, 1574... 0342, 1574...

Cheguei em casa, corri para anotar os números. Depois de alimentada, tomei um banho e, ao deitar, fiz o meu último “jogo do contente”:

– Deus me ama, eu sei! Deus me ama, eu sei! Alguma uma lição eu devo tirar disso tudo: se a reclamação não vingar, ao menos posso arriscar na Megasena de amanhã...


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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Uma pausa na piada.


Indo pegar o buzu, passei por uma banca de jornal. Então me deparei com a capa da revista Veja. E lá estava a foto da primeira vítima da tragédia em Santa Catarina: uma linda menina, branca, loira e dos olhos verdes. Seu nome é Luana Eger e tinha 3 anos.

Fiquei a pensar qual seria a razão para a escolha da capa. A tragédia desproporcional comoveu o Brasil, com 300 bilhões de litros de água que caíram em cinco dias, deixando, além da pequena Luana, mais de 100 pessoas mortas e por volta de 80 mil desabrigados e desalojados. A matéria da revista traz “as causas, o desespero e os prejuízos do dilúvio que atingiu... um dos estados mais prósperos e desenvolvidos do país”.
Nesta época do ano, costumamos ficar mais “humanos” e solidários ao próximo. Principalmente, diante de acontecimentos como esse. Mas, sensibilidades e comoções à parte, e no resto do ano? E nos infortúnios que ocorrem de dose em dose, de mês a mês? Fiquei a me perguntar por que não se fala mais nos dramas diários da (irônica) falta de água nos estados mais pobres do país? Será que não vende mais revista?

Ora, não pretendo aqui pesar a importância do fato, nem diminuir a nossa sensibilidade e solidariedade diante das calamidades, ou mesmo desprezar o modo como atingem o coração das famílias, o sofrimento diante das desgraças e as incertezas geradas para o começar de novo.

No entanto, quero questionar a cobertura midiática e a capitalização da penúria alheia. Foi assim com Isabela Nardoni e, recentemente, com Eloá. Será que mostrar as gerações fadadas pela seca, pela fome e pela miséria, com heranças indigentes de avô para neto já não vendem mais capas de revista, não preenchem mais pautas jornalísticas e não ganham a nossa audiência das manhãs e tardes televisivas? Será que é porque a gente sempre quer se identificar com o sulista próspero que vive um evento funesto e o nordestino inane, negro, seco, de olhos profundamente tristes é feio, é normal e, por isso, não merece a nossa atenção?

Sei que pode parecer muito denso e sarcástico pensar essas coisas num momento como este. Porém, se não for agora, quando pensaremos a respeito?

Ops! Meu ônibus chegou.

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O primeiro da fila dos "posts"


A idéia de escrever num blogue não é nova. Há muito tempo eu queria expor a minha experiência de ficar observando os interstícios do cotidiano. São tantos, que não cabem no pensamento e na memória, então resolvi dividir com alguém...

O andar esquisito das pessoas; o modo como cada um chupa o picolé; a corrida das pessoas para entrar no ônibus lotado e conseguir um lugar para sentar; a pessoa que chega na fila e te diz que estava antes de você, mas tinha que ir ali rapidinho, por isso pediu que a moça da frente guardasse a vaga; o olhar ansioso ao relógio até ele chegar (atrasado) no compromisso; os porquês da escolha do modelo, da combinação e das cores das roupas daquela pessoa; e, é claro, os mais variados (e às vezes previsíveis) discursos que, se a gente pára e presta atenção para escutar, podem nos revelar as coisas mais densas e profundas, como também, o que tem de mais banal e engraçado na vida.

Na fila de banco, na sala de espera do consultório, na sombra do poste, encontramos uma gente estranha, mas que compartilha a mesma necessidade que a nossa: chamar e ser atendido, pedir e ser solicitado, dizer e ser ouvido, amar e ser amado.

Eu escolhi um lugar, na sombra do poste, enquanto o buzu não vem, para dizer o que penso. São possíveis delírios furtivos de uma neurótica urbanóide. Se quiser entrar na fila e ler, seja bem-vindo(a)!


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