Estamos em plena folia momesca e lá vamos nós falar de política, que, junto ao futebol e à religião, torna-se das mais difíceis discussões. Mas vejam só: nessa última quinta, eu estava a assistir à propaganda política obrigatória do PTC - Partido Trabalhista Cristão, quando em meio às diversas abobrinhas demagógicas, um dos "garotos-propaganda" disse:
- Chega de ser um escravo do partido: venha pro PTC! Deixe de ser suplente!
Hã? É pra rir? Pra que serve o partido político, afinal? Foi então que caiu a ficha e eu refleti que aquilo não era demagogia, e sim, a mais sincera função daquela legenda: eleger-se, nada menos e muito a mais! Ora, mas não se trata de um partido trabalhista e cristão? Onde ficaram os valores ideológicos que subsidiam e inflamam seus representantes a conquistarem a confiança e o voto dos eleitores?
Ao analisar o Estatuto do partido da legenda 36, verifiquei que tais "valores" estavam delimitados a um único artigo, o 2º, só para constar, dentre às burocráticas decisões sobre a cadeia hierárquica, permanência e competências funcionais de seus filiados partidários.
A que ponto chegamos! Pois, de um modo perverso, estamos utilizando palavras cujos signos ideológicos são dos mais fortes, no intuito de mobilizar semanticamente o cidadão comum, embora não para plataformas políticas legítimas, mas somente eleitoreiras.
Sim, meus queridos, é a morte da ideologia. Mas com direito à vista pro mar dos três poderes, como também, e principalmente, à prosperidade pululante advinda através do voto e do suor alheio e, é claro, às graças concedidas através da oração ufanista de quem ainda consegue crer nos partidos políticos deste nosso país...
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